História da Fundadora - Parte 1

11-02-2024

Mais sobre a Maria Moreirä

Cresci e vivi durante décadas numa casa centenária repleta de história e arte, a dois passos do centro da cidade de Braga, na antiga via Romana XVII, na freguesia da conhecida Indústria Chapeleira - S. Victor.

É uma casa senhorial em 4 pisos, com inúmeros e peculiares detalhes de construção e arquitetura de interiores, característicos da época, dos quais destaco: a desafiante escadaria de 6o degraus, a luminosa claraboia decorada com encantadoras crianças, representando as 4 estações do ano, os tetos trabalhados a gesso, retratando os mais variados temas, as pinturas de frescos nas paredes contando diferentes histórias, os corredores infindáveis, alguns decorados com azulejos únicos, a imponente nora do pátio interior e a intrigante bomba de água manual do quintal.

E, se o interior quase fala, a fachada de azulejos de alto relevo, as varandas aconchegadas com grades de ferro forjado, ligam-se e embelezam as portadas e janelas de madeira ornamentadas, selando a sua beleza e riqueza histórica.

Mas há mais, há sempre mais... as figuras icônicas da campainha e do batente da porta, dignas de serem contempladas e tocadas, permitem, se a grande porta se abrir, explorar o enorme pé direito e comprimento, que me propiciaram verdadeiras maratonas, entre pisos, compartimentos e quintal, parecendo não terem fim, escondendo mais e mais detalhes, para além de peças antigas e de valor.

A Senhora e Matriarca da casa, a minha Bisavó D. Margarida, viúva e de ascendência brasileira, organizava o quotidiano da casa e dos que nela viviam ou trabalhavam, com grande mestria. Era uma família conservadora, onde coabitavam harmoniosamente diferentes gerações, de hábitos e tradições peculiares. As gerações passadas estavam também presentes, em retratos emoldurados, que a preto e branco, faziam sobressair os esculturais bigodes dos homens e os exuberantes cachos dos cabelos das senhoras.

O edifício é considerado por alguns especialistas, como uma "Casa Senhorial em todos os seus pormenores", e eu concordo.

Assim nasceu e cresceu a minha paixão pela arte, pela história, pelo património e muito mais.

A oportunidade de contactar profissionalmente com esta paixão, surgiu quando me envolvi no quotidiano da atividade do Hotel Palácio do Freixo, no Porto, onde a história e a sofisticação se misturam, e posteriormente, quando participei no desenvolvimento do projeto do Burgus Tribute & Design Hotel, em Braga, de cariz temático e surpreendente, tendo ambos, contribuído para despertar a minha faceta empreendedora e a decisão de avançar com o meu projeto profissional, que agora partilho, propondo a minha perceção do Turismo Sensorial.

Esta, é parte da minha história, vamos descobrir outras? 

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